O desperdício de alimentos é um problema global com implicações econômicas, ambientais e sociais. A utilização de subprodutos alimentares para a produção de novos alimentos surge como uma alternativa sustentável, com o potencial de reduzir o impacto ambiental e oferecer novos produtos ao mercado.
Os subprodutos alimentares são partes do alimento que não são utilizadas diretamente no produto final, mas que contêm compostos bioativos e nutrientes valiosos. Geralmente, são descartados como resíduos, mas possuem potencial de aproveitamento.
O que é upcycling?
O upcycling, um dos pilares da economia circular, tem ganhado destaque na indústria de alimentos e bebidas como uma abordagem sustentável para a reutilização de resíduos. Esse conceito envolve transformar subprodutos alimentares em novos alimentos ou produtos, promovendo uma visão mais holística do aproveitamento dos recursos naturais, segundo critérios como cadeias verificáveis e impacto positivo no meio ambiente.
Embora o termo upcycling seja recente como tendência, sua aplicação na indústria alimentícia remonta a exemplos notáveis, a exemplo do uso do soro do leite na produção de suplementos esportivos, como o Whey Protein.
Como funciona a Economia Circular?
A Economia Circular é uma abordagem inovadora para pensar e organizar a produção e o consumo de bens e serviços. Tem como objetivo reduzir desperdícios, minimizar impactos ambientais e, ao mesmo tempo, gerar valor econômico e social. A ideia é criar um ciclo contínuo de reaproveitamento, reciclagem e regeneração dos recursos naturais.
Devolvendo o que seria descartado como lixo ao ciclo de produção, é possível reduzir a quantidade de matéria-prima extraída da natureza, o que, consequentemente, diminui o desperdício ao longo da cadeia. Mas além de reduzir a produção de resíduos, o modelo circular utiliza o desperdício como fonte de criação de riqueza.
Como uma empresa pode fazer o uso de subprodutos?
O primeiro passo é mapear os resíduos produzidos na empresa. A partir disso, se inicia o trabalho para valorizar esses resíduos. Isso inclui definir as diversas possibilidades que aquele resíduo pode gerar e quais são as melhores oportunidades de uso para empresas específicas.
O desafio está em escolher a solução que melhor se encaixa na realidade de cada empresa, traçar a estratégia para entrar nesse mercado e comunicar o upcycling de maneira transparente para o consumidor.
Os alimentos são usados de uma maneira circular, ou seja, após passarem por uma primeira etapa na indústria, tornam-se subprodutos para outro processo e, posteriormente, até insumo para outra empresa.
Quais são os benefícios para a empresa?
Os subprodutos oferecem diversos benefícios para as empresas, dentre eles, podem-se destacar alguns, como o ambiental e, também, o financeiro. O benefício ambiental está relacionado à diminuição da produção de lixo e, consequentemente, da emissão de gases provenientes da decomposição de resíduos orgânicos. Há ainda a possibilidade de empresas que adquirirem subprodutos de outras empresas, reduzirem assim o uso de matérias primas virgens, que geram maiores emissões de gases de efeito estufa. Com isso, além do potencial de redução de custos, as empresas contribuem para o ciclo virtuoso que o upcycling gera para a cadeia de alimentos como um todo.
Já o benefício financeiro, tem em vista os novos hábitos de consumo do consumidor moderno. Investir em subprodutos é garantir o crescimento de empresas do ramo alimentício, uma vez que a demanda por iniciativas sustentáveis tem ganhado cada vez mais valor no mercado. No entanto, é crucial comunicar de forma transparente as práticas de upcycling para evitar impactos negativos na imagem da empresa.
Exemplos práticos do uso de subprodutos na produção de novos alimentos:
Na indústria alimentícia, o soro de leite, doce e ácido, é amplamente utilizado em diferentes aplicações: enquanto o doce serve para a fabricação de pães e sobremesas, o ácido é empregado para realçar sabores em molhos e como fonte de cálcio. Além disso, o permeado de soro, obtido por ultrafiltração do soro doce, possui nutrientes importantes e pode ser utilizado de forma similar.
Por outro lado, resíduos vegetais, como cascas e bagaços, são ricos em fibras, antioxidantes e minerais, podendo ser secos e transformados em farinhas, o que contribui para a sustentabilidade e a saúde. Empresas como a D.Malte, por exemplo, reaproveitam resíduos de cervejarias para produzir alimentos como granolas, enquanto a TBJ Gourmet reutiliza partes de carne suína para criar geleias de alto valor agregado. A Amazonika Mundi, em colaboração com a Embrapa, utiliza o bagaço da indústria de sucos para desenvolver produtos plant based.
Dessa forma, essas iniciativas refletem a tendência de economia circular na indústria alimentícia, reduzindo o desperdício e promovendo a inovação por meio de produtos sustentáveis e nutritivos.
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Referências:
Economia circular: o que é, suas características e benefícios. Meio sustentável. 2024. Disponível em: https://meiosustentavel.com.br/economia-circular/. Acesso em: 02 Nov. 2024.
Subprodutos da industria de alimentos. Gepea. 2020. Disponível em: https://gepea.com.br/subprodutos-da-industria-de-alimentos/. Acesso em: 02 Nov. 2024.
Upcycling. Food Conection. 2024. Disponível em: https://www.foodconnection.com.br/materiais-para-baixar/upcycling-conceitos-e-cases-de-reutilizacao-de-alimentos-e-ingredientes-na. Acesso em: 02 Nov. 2024.
Uso de resíduos e subprodutos vegetais na alimentação: Agenda 2023. E-food. 2023. Disponível em: https://portalefood.com.br/artigos/uso-de-residuos-e-subprodutos-vegetais-na-alimentacao-agenda-2030/. Acesso em: 02 Nov. 2024.
Pesquisa viabiliza uso de subproduto de soja como ingrediente para alimentos plant-based. Embrapa. 2021. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/65266022/pesquisa-viabiliza-uso-de-subproduto-da-soja-como-ingrediente-para-alimentos-plant-based. Acesso em: 02 Nov. 2024.
Freepik. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 02 Nov. 2024.
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